Gottfried Wilhelm Leibniz nasceu a 1 de Julho de 1646 em Leipzig, Saxonia (actualmente Alemanha). Embora não fosse um artista, é de muitos modos comparável a Leonardo da Vinci. Um dos maiores filósofos e matemáticos de todos os tempos, Leibniz foi reconhecidamente um génio universal cujos interesses e actividades de investigação se estendem a campos tão diversos como a geologia, a teologia, a mecânica, a história, a jurisprudência ou a linguística.
Filho de um professor de filosofia moral, foi porventura em função de seu interesse pelos livros da biblioteca de seu pai que Leibniz desenvolveu um tão amplo espectro de interesses. |
Foi educado na Universidade de Leipzig e concluiu o seu doutoramento em Direito na Universidade de Nuremberga em 1666. Para ganhar a vida, trabalhou como advogado e diplomata a serviço da nobreza e realeza, particularmente para a Casa de Brunswick na Alemanha. Este trabalho permitiu a Leibniz viajar pela Europa e conhecer os estudiosos principais de seu tempo. Durante duas viagens a Londres em 1673 e 1676, Huygens e Boyle despertaram o seu interesse sobre os temas matemáticos. Entretanto, começou a relacionar-se com as personalidades mais eminentes da Filosofia e da Ciência da sua época entre os quais Hobbes, Malebranche Mersenne e Newton. O seu último trabalho foi como bibliotecário do Duque George Louis de Hannover que se tornou o Rei George I da Inglaterra em 1714. Os seus muitos deveres não interferiram com as suas extensas actividades intelectuais.
Leibniz tem uma obra imensa da qual publicou em vida unicamente alguns trabalhos. Em "Meditationes de Cognitione, Veritate et Ideis" define a sua teoria do conhecimento. "De rerum originatione radicali" tenta provar que só Deus poderia ser a fonte de todas as coisas. Nos "Essais de Theodicee", único trabalho principal publicado em vida, explica as suas ideias a respeito da justiça divina. "Monadologie", escrito dois anos antes da sua morte, apresenta a teoria de monadas substâncias espirituais simples que formam a base para todas as formas compostas de realidade. A teoria de Monadas, um termo derivado do grego que significa "aquilo que é um" ou "unidade" tenta descrever um universo harmonioso, o "melhor de todosos mundos possíveis", composto de um número infinito de monadas organizadas hierarquicamente originadas no Monada Suprema que é Deus.Em "Nouveaux essais sur l'entendement humain", Leibniz analisa os Essays on human understanding de Locke criticando de forma radical o seu empirismo. Locke afirmava "nihil est intellectus quod prius non fuerit in sensu" (nada existe no entendimento que não tenha estado anterirmente nos sentidos) ao que Leibniz acrescentou "nise intellectus ipse" (a não ser o próprio entendimento). Leibniz defende, tal como Descartes e Platão uma posição inatista segundo a qual a alma conhece virtualmente tudo. (K) Os "Nouveaux essais" acabaram contudo por não serem publicados porque, num gesto ilustre, Leibniz decidiu abandonar o projecto quando soube da morte de Locke. Envolvido numa séria disputa com Newton sobre a prioridade na descoberta do cálculo infinitesimal e a sua mais adequada notação, o filósofo morreu em Hannover em 14 de Novembro de 1716.
Um dos aspectos mais importantes do trabalho de Leibniz é o projecto de construção uma linguagem universal baseada num alfabeto do pensamento, uma espécie de cálculo universal para o raciocínio.
Ao longo dos tempos, muitos tentaram por em prática este projecto. O caso mais ilustre é o de Leibniz que “dedica grande parte do seu esforço intelectual à tentativa de realização de uma ambicioso projecto por si mesmo definido e limitado: a construção de uma língua universal filosófica - Characteristica Universalis.” 1
De facto, o projecto de Leibniz era muito ambicioso pois, tencionava “construir uma linguagem mais perfeita ainda do que a linguagem matemática na qual (…) Leibniz via as maiores virtudes (univocidade, universalidade, rigor) e algumas limitações (arbitrariedade e ausência de sentido). Rigorosa e insignificante. Por isso Leibniz pretendia construir uma Characteristica Universalis que reunisse e reconciliasse enfim o rigor que só a linguagem matemática possui ao sentido que dela está, por isso mesmo, necessariamente ausente.” 1
O projecto de Leibniz nunca foi realizado. Depois dele, muitos tentaram ainda concretizá-lo, o que nunca chegou a acontecer. O sonho, partilhado por vários filósofos, entre eles Russell e, em especial, Frege mas também Peano e Couturat, com quem Frege estabeleceu correspondência, nunca foi realizado.
Amar, é encontrar a própria felicidade na felicidade alheia.
Entendo por razão, não a faculdade de raciocinar, que pode ser bem ou mal utilizada, mas o encadeamento das verdades que só pode produzir verdades, e uma verdade não pode ser contrária a outra.
A educação pode tudo: ela faz dançar os ursos.
"Amar é ser levado a ter prazer na perfeição, no bem, ou na felicidade do objecto amado."
Há dois labirintos do espírito humano: um respeita à composição do contínuo, o outro à natureza da liberdade; e ambos têm origem no mesmo infinito.
No reino do espírito, busque clareza; no mundo material, busque utilidade.
"Existem tantas verdades de facto primeiras quanto percepções imediatas, ou, se quisermos, consciências."
Somos autómatos em três quartas partes das nossas ações.
"Uma força menor aplicada persistentemente é igual a uma força maior."
É mais fácil ser original e tolo do que original e sábio.
"O homem entrega-se ao mal na própria concupiscência: o prazer que nela encontra é a rede em que se deixa prender."
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