sábado, 14 de abril de 2012

JESUS CRISTO



É dificílimo traçar um perfil biográfico de Jesus de Nazaré como personagem histórico, um homem  que viveu na Palestina, então parte do Império Romano. Em primeiro lugar, porque os principais documentos escritos sobre sua vida – os Evangelhos – foram produzidos por seus discípulos, com objetivos pastorais e doutrinários. Não têm, portanto, um compromisso com o registro histórico, tal como se entende isso hoje em dia, no âmbito científico.
Além disso, os Evangelhos não só foram escritos algumas décadas depois da morte de Jesus, como também seus originais se perderam no tempo: restaram apenas cópias feitas a partir deles, em antigos papiros e pergaminhos, dos quais os mais velhos datam já do século II d.C. Por isso, tomá-los ao pé da letra só é possível do ponto de vista religioso e, mesmo assim, só os fundamentalistas sustentam uma interpretação literal do texto do Novo Testamento.

Contexto sociocultural

De qualquer modo, os Evangelhos continuam sendo a fonte principal para os estudos sobre Jesus, mas os historiadores – sejam cristãos, judeus, agnósticos ou ateus – precisam desenvolver um trabalho de exegese (interpretação) que se fundamenta na comparação entre o texto dos evangelistas e as outras fontes disponíveis sobre o tema. Porém, é importante considerar que, sobre Jesus propriamente, não há outras fontes. Então, o que os historiadores procuram é reconstituir com precisão a época e o contexto sociocultural em que Jesus viveu e, a partir daí, tentar entender as palavras dos Evangelhos.
Por exemplo, sabe-se que, no século I, havia uma crise de autoridade nos meios judaicos em Jerusalém, sendo frequente a contestação à elite religiosa responsável pelo Templo de Jerusalém, bem como o surgimento de grupos ou seitas que reivindicavam uma “nova aliança” com o Deus de Israel. Sobre esse pano de fundo, fica mais evidente o temor que as autoridades religiosas tinham de seus contestadores, temor que pode tê-los levado a fazer de Jesus um exemplo para outros que ousassem provocá-los. Trata-se, porém, de hipótese e cabe a quem a levanta apresentar os seus fundamentos.

Veja como Jesus Cristo é retratado nas artes ao longo da história

  • Reprodução
A propósito de contestação, o historiador espanhol José Antônio Pagola considera que a prisão e a condenação de Jesus têm como causa direta o célebre episódio da expulsão dos vendedores e cambistas do Templo de Jerusalém. O fato representaria, segundo o autor, uma veemente contestação ao modo de administração do Templo e aos ganhos que com ele seus sacerdotes obtinham. Até a ocorrência desse fato, Jesus teria sido apenas um contestador como tantos outros no contexto de crise religiosa que Jerusalém vivia. Depois dele, tornou-se um rebelde que precisava ser eliminado.

Um líder religioso revolucionário

Com seu livro “Jesus: Uma aproximação histórica”, que procura fazer uma extensa síntese dos estudos históricos sobre Jesus na atualidade e vendeu cerca de 100.000 exemplares em seu país de origem – uma cifra respeitável para uma obra volumosa e de leitura nada fácil –, o jesuíta Pagola desagradou muitas autoridades eclesiásticas da Espanha, pois, o perfil que ele traça do Jesus histórico se afasta bastante da ortodoxia da Igreja, que o concebe como Deus. Da leitura da obra de Pagola, se depreende um Jesus, que é mais um grande líder religioso, do que um ser sobre-humano e divino.
Não vem ao caso, contudo, discutir mais a fundo as ideias de Pagola. Não há dúvida de que suas teses são polêmicas, assim como as do historiador britânico Geza Vermes, de origem húngaro-judaica, outro autor respeitado que também produziu best-sellers sobre Jesus e sua época. Nem poderia ser diferente, pois Jesus continua a ser, dois milênios após a sua morte, uma figura polêmica. Muitos pensadores ateístas, por exemplo, tentam questionar a existência histórica de Jesus, dizendo que ele é um mito e que, de fato, Jesus, o homem, nunca existiu. É uma tese que a maioria dos historiadores rejeita, pois além dos Evangelhos há pelo menos uma fonte histórica segura que atesta a existência de Jesus: o historiador judeu Flávio Josefo, do primeiro século de nossa era.

Flávio Josefo e os Evangelhos apócrifos

Em obra intitulada “Antiguidades Judaicas”, Josefo menciona Jesus, bem como Tiago, irmão de Jesus, o que não quer dizer que este tivesse irmãos: para os judeus daquela época, não existia uma clara distinção entre irmãos e primos. No aramaico, a língua falada pela maioria da população local, a mesma palavra designa as duas coisas. De qualquer modo, Josefo é uma das fontes extraevangélicas mais importantes. A outra é o historiador romano Tácito (55-120), que se limita a apontar a presença de discípulos de Jesus em Roma.
Além dessas duas fontes, não se pode deixar de mencionar também os Evangelhos apócrifos, isto é, relatos da vida de Jesus que poderíamos chamar de biografias não-autorizadas, ou seja, não reconhecidas por teólogos e autoridades religiosas, tanto católicos, quanto protestantes. A pesquisa histórica evidencia a falta de credibilidade desses textos no que se refere ao essencial. Trata-se de escritos que datam mais de cem anos após a crucificação e que, portanto, não poderiam ter sido escritos por aqueles que são apresentados como seus autores, os apóstolos Pedro, Filipe e Tomé.

Milagres e ressurreição

Esses apócrifos representam sobretudo a crença das comunidades em que foram criados e, grosso modo, enfatizam aspectos sobrenaturais nas atividades de Jesus. Evidentemente, ao se falar em atividades sobrenaturais, isto é, nos milagres e na ressurreição de Jesus, vem à tona o aspecto que mais atrai as pessoas de um modo geral. No entanto, sobre isso, a ciência histórica não tem como se manifestar. Pelo menos não de uma maneira que possa se afirmar como consensual. A rigor, nos dias de hoje, a tendência predominante é não acreditar na ocorrência desses fatos e procurar entendê-los de modo simbólico, encontrando explicações naturais para eles.
Não se pode deixar de mencionar, entretanto, que há historiadores respeitados que sustentam a realidade da ressurreição, como N. T Wright, doutor pela prestigiosa Universidade de Oxford. Para Wright, há argumentos que comprovam que a ressurreição não pode ter sido uma “invenção” dos discípulos de Jesus. Entre eles, o fato de a difusão do cristianismo pelo mundo ter acontecido numa velocidade surpreendente, o que só um fato sobrenatural explicaria.

Vida de Jesus

Jesus de Nazaré é um personagem da Antiguidade universalmente conhecido, que viveu há cerca de 2.000 anos na antiga Palestina, território pertencente a Israel nos dias atuais. Também é chamado de Cristo, titulo grego que traduz o hebraico “messias”. O grego era a língua franca da época em que Jesus viveu.
Os textos que serviram de referência sobre a vida de Jesus são os quatro evangelhos do Novo Testamento da Bíblia, livro sagrado do cristianismo, e que foram escritos em diferentes épocas por discípulos de Jesus: Marcos, Mateus, Lucas e João. A palavra “evangelho” também vem do grego e quer dizer “boa nova”.
A partir dos evangelhos, acredita-se que Yeshua Ben Yossef (Jesus filho de José, em aramaico, a língua cotidiana da Palestina de então) nasceu em Belém ou em Nazaré, por volta do ano 6 a.C., no fim do reinado de Herodes, o Grande. A diferença entre a data real de nascimento de Jesus e o ano 1 do calendáriocristão se deve a um erro de cálculo.

Infância e adolescência

José, o pai de Jesus, era carpinteiro, e Maria, a mãe, era uma jovem que lhe havia sido prometida em casamento. Maria teria recebido a visita do arcanjo Gabriel e sabido que, por obra do Espírito Santo, seria a mãe do Filho de Deus, que viria ao mundo para salvar a humanidade. O Evangelho de Lucas traz a Anunciação como ocorrida em Nazaré, onde José e Maria viviam, e conta que o casal foi obrigado a viajar até Belém, onde Jesus nasceu, pelo censo "ordenado quando Quirino era governador da Síria".
A Bíblia não fala quase nada sobre a infância e a adolescência de Jesus, com exceção de uma passagem em que, aos 12 anos, numa visita ao Templo de Jerusalém durante a Páscoa judaica, seus pais o encontram discutindo teologia com os sábios nas escadarias do templo. Os evangelhos apócrifos  descrevem Jesus como um menino travesso, que dava vida a figuras de barro para impressionar os colegas.

Da Galiléia a Jerusalém

Aos 30 anos de idade, Jesus começou a divulgar suas idéias em público e a realizar curas e exorcismos, entre outros “sinais e prodígios” ou “milagres”. Ele se fez batizar por João Batista nas margens do rio Jordão. Depois disso, viajou para a Galiléia e seus primeiros seguidores (discípulos) foram pescadores do lago Tiberíades. Eles viviam perto dali, em Cafarnaum, um povoado com cerca de 1.500 moradores.
Escavações encontraram os restos da casa de um dos discípulos, provavelmente de Simão Pedro (hoje conhecido como São Pedro), além de um barco datado da mesma época da passagem de Cristo pelo lugar. Embora Jesus não tenha se esforçado para obter fama, esta se espalhou por toda a região e passou a incomodar líderes religiosos judeus e os governantes romanos. Os líderes religiosos convenceram a autoridade romana (Pôncio Pilatos) a autorizar sua execução.
Jesus foi preso, no Jardim do Getsêmani, em Jerusalém. Julgado,  reafirmou sua missão divina e foi condenado. Atravessou as ruas carregando a cruz e foi crucificado, aos 33 anos, entre dois ladrões, no Gólgota, o morro do calvário ou da caveira. As narrativas bíblicas afirmam que, ao terceiro dia, seu sepulcro estava vazio, pois ele ressucitou dos mortos e apareceu não só para os discípulos, mas também para uma multidão de 500 pessoas
.
FONTE:UOL Educação



Tudo o que a sua mão encontrar para fazer, faça-o com todo o seu coração.





"Ame a teu próximo como a ti mesmo e não faça aos outros o que não quer que façam contigo."






"Deus não lhe dá mais do que você pode carregar."




As vezes pensamos que estamos só? Não estamos. Deus está com cada um de nós . passando pela luta da vida .




"Aquele que crê em mim nunca estará sozinho."





"Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai se não por mim."


Tenho-vos dito isto,para que em mim tenhais paz;no mundo tereis aflições,mas tende bom animo;eu venci o mundo. 


Veja, se eu o enviar para dormir no meio dos lobos, seja esperto como as serpentes e inofensivo como os pombos. 


Deus está dentro de voce e ao seu redor, e não em castelos de pedra ou em mansões de madeira. Levante uma pedra e encontrará Deus.Quebre um pedaço de madeira e Ele estará ali. Quem souber o significado dessas palavras jamais conhecerá morte...

O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir; eu
vim para que tenham vida e a tenham em abundância

Ora, o homem somente será perfeito quando for capaz de criar e destruir como Deus; destruir ele já sabe, é meio caminho andado.
Alexandre Dumas - O Conde de Monte Cristo - Parte III cap. 14 




"Caminhamos pela fé, e não pela visão."




Das ovelhas que meu Pai me confiou,
nenhuma se perderá.






EM CONSTRUÇÃO...

sexta-feira, 13 de abril de 2012

EINSTEIN



Albert Einstein, o mais célebre cientista do século 20, foi o físico que propôs a teoria da relatividade. Ganhou o Prêmio Nobel de física de 1921. Einstein tornou-se famoso mundialmente, um sinônimo de inteligência. Suas descobertas provocaram uma verdadeira revolução do pensamento humano, com interpretações filosóficas das mais diversas tendências.

Einstein nasceu na Alemanha em uma família judaica não-observante. Seus pais, Hermann Einstein e Pauline Koch, casaram-se em 1876 e se estabeleceram na cidade de Ulm. Hermann tornou-se proprietário de um negócio de penas de colchões.

Quando Einstein tinha um ano, a família se mudou para Munique. Com três anos de idade, Einstein apresentava dificuldades de fala. Aos seis, aprendeu a tocar violino, instrumento que o acompanharia ao longo da vida.

Em 1885, Hermann fundou, com o irmão Jacob, uma empresa de material elétrico. Em outubro daquele ano Einstein começou a freqüentar uma escola católica em Munique. Depois entrou no Luitpold Gymnasium, onde permaneceu até os 15 anos.

Com dificuldades nos negócios, em 1894 a família se mudou para a Itália. Einstein permaneceu em Munique a fim de terminar o ano letivo. Em 1895, fez exames de admissão à Eidgenössische Technische Hochschule (ETH), em Zurique. Foi reprovado na parte de humanidades dos exames. Foi então para Aarau, também na Suíça, para terminar a escola secundária.

Em 1896 recebeu o diploma da escola secundária e, aos 17 anos, renunciou à cidadania alemã, ficando sem pátria por alguns anos. A cidadania suíça lhe foi concedida em 1901. Cursou o ensino superior na ETH em Zurique, onde mais tarde foi docente.

A 6 de janeiro de 1903 casou-se com Mileva Maric. Tiveram três filhos: Lieserl, Hans Albert e Eduard. A primeira morreu ainda bebê, o mais velho tornou-se professor de hidráulica na Universidade da Califórnia e o mais jovem, formado em música e literatura, morreu num hospital psiquiátrico suíço.

Entre 1909 e 1913 Einstein lecionou em Berna, Zurique e Praga. Voltou à Alemanha em 1914, pouco antes do início da Primeira Guerra Mundial. Aceitou um cargo de pesquisa na Academia Prussiana de Ciências junto com uma cadeira na Universidade de Berlim. Também assumiu a direção do Instituto Wilhelm de Física em Berlim.

Em novembro de 1915, Einstein fez uma série de conferências e apresentou sua teoria da relatividade geral. No ano seguinte o cientista publicou "Fundamento Geral da Teoria da Relatividade".

Em 1919, separou-se da esposa Mileva e se casou com a prima Elsa. Naquele ano tornou-se conhecido em todo o mundo, depois que sua teoria foi comprovada em experiência realizada durante um eclipse solar.

Einstein ganhou o Prêmio Nobel de Física de 1921 e foi indicado para integrar a Organização de Cooperação Intelectual da Liga das Nações. No mesmo ano, publicou "Sobre a Teoria da Relatividade Especial e Geral".

Ao longo da vida, Einstein visitaria diversos países, incluindo o Brasil, em 1925. Entre 1925 e 1928, Einstein foi presidente da Universidade Hebraica de Jerusalém.

Em 1933, Hitler chegou ao poder na Alemanha e o cientista foi aconselhado por amigos a deixar o país, renunciando mais uma vez à cidadania alemã.

A 7 de outubro de 1933, Einstein partiu para os Estados Unidos, onde passou a integrar o Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Princeton. Em 1940 ganhou a cidadania americana, mantendo também a cidadania suíça.

Em 1941 teve início o Projeto Manhattan, que visava o desenvolvimento da bomba atômica pelos americanos. Einstein não teve participação no projeto. Em 1945, renunciou ao cargo de diretor do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Princeton, mas continuou a trabalhar naquela instituição.

A intensa atividade intelectual de Einstein resultou na publicação de grande número de trabalhos, entre os quais "Por Que a Guerra?" (1933), em colaboração com Sigmund Freud; "O Mundo como Eu o Vejo" (1949); e "Meus Últimos Anos" (1950). A principal característica de sua obra foi uma síntese do conhecimento sobre o mundo físico, que acabou por levar a uma compreensão mais abrangente e profunda do universo.

Em 1952, Ben-Gurion, então primeiro-ministro de Israel, convidou Albert Einstein para assumir o cargo de presidente do Estado de Israel. Doente, Einstein recusou. Uma semana antes de sua morte assinou sua última carta, endereçada a Bertrand Russell, concordando em que o seu nome fosse incluído numa petição exortando todas as nações a abandonar as armas nucleares.

Contribuindo para a física no século 20 no âmbito das duas teorias que constituíram seus traços mais peculiares - a dos quanta e da relatividade -, Einstein deu à primeira o elemento essencial de sua concepção do fóton, indispensável para que mais tarde se fundissem, na mecânica ondulatória deLouis de Broglie, a mecânica e o eletromagnetismo. E deu à segunda sua significação completa e universal, que se extrapola dos campos da ciência pura e atinge as múltiplas facetas do conhecimento humano. Saliente-se também que algumas das descobertas de Einstein - como a noção de equivalência entre massa e energia e a do continuum quadridimensional, suscitaram interpretações filosóficas de variadas tendências.

Einstein morreu a 18 de abril de 1955, em Princeton, Nova Jersey, aos 76 anos. Seu corpo foi cremado.









A tradição é a personalidade dos imbecis.




O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade.




O nacionalismo é uma doença infantil; é o sarampo da humanidade.




O ser humano vivência a si mesmo, seus pensamentos como algo separado do resto do universo - numa espécie de ilusão de ótica de sua consciência. E essa ilusão é uma espécie de prisão que nos restringe a nossos desejos pessoais, conceitos e ao afeto por pessoas mais próximas. Nossa principal tarefa é a de nos livrarmos dessa prisão, ampliando o nosso círculo de compaixão, para que ele abranja todos os seres vivos e toda a natureza em sua beleza. Ninguém conseguirá alcançar completamente esse objetivo, mas lutar pela sua realização já é por si só parte de nossa liberação e o alicerce de nossa segurança interior.





O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.






Se minha Teoria da Relatividade estiver correta, a Alemanha dirá que sou alemão e a França me declarará um cidadão do mundo. Mas, se não estiver, a França dirá que sou alemão e os alemães dirão que sou judeu.






Tudo deveria se tornar o mais simples possível, mas não simplificado.




Nenhum homem realmente produtivo pensa como se estivesse escrevendo uma dissertação.




Quero conhecer os pensamentos de Deus...
O resto é detalhe





Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta.




A imaginação é mais importante que a ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro.






A distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão teimosamente persistente.




Não tentes ser bem sucedido, tenta antes ser um homem de valor.










Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.




Existe uma coisa que uma longa existência me ensinou: toda a nossa ciência, comparada à realidade, é primitiva e inocente; e, portanto, é o que temos de mais valioso.




Não creio, no sentido filosófico do termo, na liberdade do homem. Todos agem não apenas sob um constrangimento exterior mas também de acordo com uma necessidade interior.




Somente seres humanos excepcionais e irrepreensíveis suscitam ideias generosas e ações elevadas.




A personalidade criadora deve pensar e julgar por si mesma, porque o progresso moral da sociedade depende exclusivamente da sua independência.




Deus é a lei e o legislador do Universo.




O meu ideal político é a democracia, para que todo o homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado.




Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.




O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer.




Aquele que já não consegue sentir espanto nem surpresa está, por assim dizer, morto; os seus olhos estão apagados.








A fama é para os homens como os cabelos - cresce depois da morte, quando já lhe é de pouca serventia.




O segredo da criatividade é saber como esconder as fontes.




A condição dos homens seria lastimável se tivessem de ser domados pelo medo do castigo ou pela esperança de uma recompensa depois da morte.






A leitura após certa idade distrai excessivamente o espírito humano das suas reflexões criadoras. Todo o homem que lê de mais e usa o cérebro de menos adquire a preguiça de pensar.





A condição dos homens seria lastimável se tivessem de ser domados pelo medo do castigo ou pela esperança de uma recompensa depois da morte.




Temos o destino que merecemos. O nosso destino está de acordo com os nossos méritos.




Os problemas significativos que enfrentamos não podem ser resolvidos no mesmo nível de pensamento em que estávamos quando os criámos.




No meio da dificuldade encontra-se a oportunidade.




Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela.






EM CONSTRUÇÃO... AGUARDEM...



ÉRICO VERÍSSIMO






Em geral quando termino um livro encontro-me numa confusão de sentimentos, um misto de alegria, alívio e vaga tristeza. Relendo a obra
mais tarde, quase sempre penso ‘Não era bem isto o que queria dizer’.” 

(O escritor diante do espelho)


Erico Lopes Verissimo nasceu em Cruz Alta (RS) no dia 17 de dezembro de 1905, filho de Sebastião Verissimo da Fonseca e Abegahy Lopes Verissimo.

Em 1909, com menos de 4 anos, vítima de meningite, agravada por uma broncopneumonia, quase vem a falecer. Salva-se graças à interferência do Dr. Olinto de Oliveira, renomado pediatra, que veio de Porto Alegre especialmente para cuidar de seu problema.

Inicia seus estudos em 1912, freqüentando, simultaneamente, o Colégio Elementar Venâncio Aires, daquela cidade, e a Aula Mista Particular, da professora Margarida Pardelhas. Nas horas vagas vai o cinema Biógrafo Ideal ou vê passar o tempo na Farmácia Brasileira, de seu pai.

Aos 13 anos, lê autores nacionais — Coelho Neto, Aluísio Azevedo, Joaquim Manoel de Macedo, Afrânio Peixoto e Afonso Arinos. Com tempo livre, tendo em vista o recesso escolar devido à gripe espanhola, dedica-se, também, aos autores estrangeiros, lendo Walter Scott, Tolstoi, Eça de Queirós, Émile Zola e Dostoievski.

Em 1920, vai estudar, em regime de internato, no Colégio Cruzeiro do Sul, de orientação protestante, localizado no bairro de Teresópolis, em Porto Alegre. Tem bom desempenho nas aulas de literatura, inglês, francês e no estudo da Bíblia.

Seus pais separam-se em dezembro de 1922. Vão — sua mãe, o irmão e a filha adotiva do casal, Maria, morar na casa da avó materna. Para ajudar no orçamento doméstico, torna-se balconista no armazém do tio Americano Lopes. Os tempos difíceis não o separam dos livros: lê Euclides da Cunha, faz traduções de trechos de escritores ingleses e franceses e começa a escrever, escondido, seus primeiros textos. Vai trabalhar no Banco Nacional do Comércio.

Continua devorando livros. Em 1923. Lê Monteiro Lobato, Oswald e Mário de Andrade. Incentivado pelo tio materno João Raymundo, dedica-se à leitura das obras de Stuart Mill, Nietzsche, Omar Khayyam, Ibsen, Verhaeren e Rabindranath Tagore.

No ano seguinte, a família da mãe muda-se para Porto Alegre, a fim de que seu irmão, Ênio, faça o ginásio no Colégio Cruzeiro do Sul. Infelizmente a mudança não dá certo. O autor, que havia conseguido um lugar na matriz do Banco do Comércio, tem problemas de saúde e perde o emprego. Após tratar-se, emprega-se numa seguradora mas, por problemas de relacionamento com seus superiores, passa por maus momentos. Morando num pequeno quarto de uma casa de cômodos e diante de tantos insucessos, a família resolve voltar a Cruz Alta.

Erico volta a trabalhar no Banco do Comércio, como chefe da Carteira de Descontos, em 1925. Toma gosto pela música lírica, que passa a ouvir na casa de seus tios Catarino e Maria Augusta. Seus primos, Adriana e Rafael, filhos do casal, seriam os primeiros a ler seus escritos.

Logo percebe que a vida de bancário não o satisfaz. Mesmo sem muita certeza de sucesso, aceita a proposta de Lotário Muller, amigo de seu pai, de tornar-se sócio da Pharmacia Central, naquela cidade, em 1926.

Em 1927, além dos afazeres de dono de botica, dá aulas particulares de literatura e inglês. Lê Oscar Wilde e Bernard Shaw. Começa a sedimentar seus conhecimentos da literatura mundial lendo, também, Anatole France, Katherine Mansfield, Margareth Kennedy, Francis James, Norman Douglas e muitos outros mais. Começa a namorar sua vizinha, Mafalda Halfen Volpe, de 15 anos.

O mensário “Cruz Alta em Revista” publica, em 1929, “Chico: um conto de Natal” que, por insistência do jornalista Prado Júnior, Erico havia consentido. O colega de boticário e escritor Manoelito de Ornellas envia ao editor da “Revista do Globo”, em Porto Alegre, os contos “Ladrão de gado” e “A tragédia dum homem gordo”, onde, aprovadas, foram publicadas.

Erico remete a De Souza Júnior, diretor do suplemento literário “Correio do Povo”, o conto “A lâmpada mágica”. Esse, segundo testemunhas, o publica sem ler, o que dá ao autor notoriedade no meio literário local.

Com a falência da farmácia, em 1930, o autor muda-se para Porto Alegre disposto a viver de seus escritos. Passa a conviver com escritores já renomados, como Mario Quintana, Augusto Meyer, Guilhermino César e outros. No final do ano é contratado para ocupar o cargo de secretário de redação da “Revista do Globo”, cargo que ocupa no início do ano seguinte.

Em 1931 casa-se, em Cruz Alta, com Mafalda Halfen Volpe. Lança sua primeira tradução, “O sineiro”, de Edgar Wallace, pela Seção Editora da Livraria do Globo. No mesmo ano traduz desse escritor “O círculo vermelho” e “A porta das sete chaves”. Colabora na página dominical dos jornais “Diário de Notícias” e “Correio do Povo”.

Em 1932, é promovido a Diretor da “Revista do Globo”, ocasião em que é convidado por Henrique Bertaso, gerente do departamento editorial da “Livraria do Globo”, a atuar naquela seção, indicando livros para tradução e publicação. Sua obra de estréia, “Fantoches”, uma coletânea de histórias em sua maior parte na forma de peças de teatro. Foram vendidos 400 exemplares dos 1.500 publicados. A sobra, um incêndio queimou.

Traduz, em 1933, “Contraponto”, de Aldous Huxley, que só seria editado em 1935. Seu primeiro romance, “Clarissa”, é lançado com tiragem de 7.000 exemplares.

Seu romance “Música ao longe” o faz ser agraciado com o Prêmio Machado de Assis, da Cia. Editora Nacional, em 1934. No ano seguinte, nasce sua filha Clarissa. Outro romance, “Caminhos cruzados”, recebe o Prêmio Fundação Graça Aranha. O autor admite a associação desse romance a “Contraponto”, de Aldo Huxley, o que faz com que seja mal recebido pela direita e atice a curiosidade e a vigilância do Departamento de Ordem Política e Social do Rio Grande do Sul, que chegou a chamá-lo a depor, sob a acusação de comunismo. São publicados, ainda nesse ano, “Música ao longe” e “A vida de Joana d’Arc”. Realiza sua primeira viagem ao Rio de Janeiro (RJ), onde faz contato com Jorge Amado, Murilo Mendes, Augusto Frederico Schmidt, Carlos Drummond de Andrade, José Lins do Rego e outros mais. Seu pai falece.

Em 1936, publica seu primeiro livro infantil, “As aventuras do avião vermelho”. Lança, também, “Um lugar ao sol”. Cria o programa de auditório para crianças, “Clube dos três porquinhos”, na Rádio Farroupilha, a pedido de Arnaldo Balvé. Dessa idéia surge a “Coleção Nanquinote”, com os livros “Os três porquinhos pobres”, “Rosa Maria no castelo encantado” e “Meu ABC”. Lança a revista “A novela”, que oferecia textos canônicos ao lado de outros, de puro entretenimento. Nasce seu filho Luis Fernando. É eleito presidente da Associação Rio-Grandense de Imprensa.

O DIP - Departamento de Imprensa e Propaganda do Estado Novo, exige que o autor submeta previamente àquele órgão as histórias apresentadas no programa de rádio por ele criado, em 1937. Resistindo à censura prévia, encerra o programa. Outra reação ao nacionalismo ufanista da ditadura Vargas se faz sentir na versão para didática da história do Brasil em “As aventuras de Tibicuera”.

Um de seus maiores sucessos, “Olhai os lírios do campo”, é lançado em 1938. Publica, nesse mesmo ano, “O urso com música na barriga”, da “Coleção Nanquinote”.

Erico passa a dedicar a maior parte de seu tempo ao departamento editorial da Globo, em 1939. Em companhia de seus companheiros Henrique Bertaso e Maurício Rosenblatt, é responsável pelo sucesso estrondoso de coleções como a Nobel” e da “Biblioteca dos Séculos”, nas quais eram encontrados traduções de textos de Virginia Wolf, Thomas Mann, Balzac e Proust. Mesmo assim, com todo esse trabalho, arranja tempo para lançar, ainda da série infantil, “A vida do elefante Basílio” e “Outra vez os três porquinhos”, e o livro de ficção científica “Viagem à aurora do mundo”.

Em 1940, lança “Saga”. Pronuncia conferências em São Paulo (SP). Traduz “Ratos e homens”, de John Steinbeck; “Adeus Mr. Chips” e “Não estamos sós”, de James Hilton; “Felicidade” e “O meu primeiro baile”, de Katherine Mansfield. Faz sua primeira noite de autógrafos na Livraria Saraiva.

Passa três meses nos Estados Unidos, a convite do Departamento de Estado americano, em 1941, proferindo conferências. As impressões dessa temporada estão em seu livro “Gato preto em campo de neve”. Ele e seu irmão Enio são testemunhas de um suicídio: uma mulher se atira do alto de um edifício quando conversavam na praça da Alfândega, em Porto Alegre. Esse acontecimento é aproveitado em seu livro “O resto é silêncio”.

A censura no estado novo continuava atenta. A Globo cria a Editora Meridiano, uma subsidiária secreta para lançar obras que pudessem desagradar ao governo. Essa editora publica “As mãos de meu filho”, reunião de contos e outros textos, em 1942.

No ano seguinte, publica “O resto é silêncio”, livro que merece críticas pesadas do clero local. Temendo que a ditadura Vargas viesse a causar-lhe danos e á sua família, aceita o convite para lecionar Literatura Brasileira na Universidade da Califórnia feito pelo Departamento de Estado americano. Muda-se para Berkley com toda a família.

O Mills College, de Oakland, Califórnia, onde dava aulas de Literatura e História do Brasil, confere-lhe o título de doutor Honoris Causa, em 1944. É publicado o compêndio “Brazilian Literature: An Outline”, baseado em palestras e cursos ministrados durante sua estada na Califórnia. Esse livro foi publicado no Brasil, em 1955, com o título “Breve história da literatura brasileira”.

Passa o ano de 1945 fazendo conferências em diversos estados americanos. Retorna ao Brasil.

Em 1946, publica “A volta do gato preto”, sobre sua vida nos Estados Unidos.

Inicia, em 1947, a escrever “O tempo e o vento”. Previsto para ter um só volume, com aproximadamente 800 páginas, e ser escrito em três anos, acabou ultrapassando as 2.200 páginas, sob a forma de trilogia, consumindo quinze anos de trabalho.  Traduz “Mas não se mata cavalo”, de Horace McCoy. Faz a primeira adaptação para o cinema de uma obra de sua autoria: “Mirad los lírios Del campo”, produção argentina  dirigida por Ernesto Arancibia que tinha em seu elenco Mauricio Jouvet e Jose Olarra.

No ano seguinte, dedica-se a ordenar as anotações que vinha guardando há tempos e dar forma ao romance “O continente”. Traduz “Maquiavel e a dama”, de Somerset Maugham.

”O continente”, primeiro volume de “O tempo e o vento”, é finalmente publicado, em 1949, recebendo muitos elogios da crítica. Recebe o escritor franco-argelino Albert Camus, autor de “A peste”, em sua passagem por Porto Alegre.

No ano de 1951, é lançado o segundo livro da trilogia “O tempo e o vento”: “O retrato”. O trabalho não tão bem recebido pela crítica como o primeiro livro.

Assume, em 1953, a convite do governo brasileiro, em Washington, E.U.A., a direção do Departamento de Assuntos Culturais da União Pan-Americana, na Secretaria da Organização dos Estados Americanos, substituindo a Alceu Amoroso Lima.

No ano seguinte, é agraciado com o prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra. Lança “Noite”, novela que é traduzida na Noruega, França, Estados Unidos e Inglaterra. Visita, face às funções assumidas junto à OEA, diversos países da América Latina, proferindo palestras e conferências.

De volta ao Brasil, em 1956, lança “Gente e bichos”, coleção de livros para crianças. Sua filha casa-se com David Jaffe e vai morar nos Estados Unidos. Dessa união nasceriam seus netos Michael, Paul e Eddie.

Em 1957, publica “México”, onde conta as impressões da viagem que fizera àquele país.

”O arquipélago”, terceiro livro da trilogia “O tempo e o vento”, começa a ser escrito em 1958. Tem um mal-estar ao discursar na abertura de um congresso em Porto Alegre. Consegue se refazer e disfarçar o ocorrido.

Acompanhado de sua mulher e do filho Luis Fernando, faz sua primeira viagem à Europa, em 1959. Expõe sua defesa à democracia em palestras proferidas em Portugal e entra em choque com a ditadura salazarista. Lança “O ataque”, que reunia três contos: “Sonata”, “Esquilos de outono” e “A ponte”, além de um capítulo inédito de “O arquipélago”. Passa uma temporada na casa de sua filha, em Washington.

Dedica-se, em 1960, a escrever “O arquipélago”.

Em 1961, sofre o primeiro infarto do miocárdio. Após dois meses de repouso absoluto, volta aos Estados Unidos com sua mulher. Saem os primeiros tomos de “O arquipélago”.

O terceiro tomo de “O Arquipélago” é publicado em 1962, concluindo o projeto de “O tempo e o vento”. O volume é considerado uma obra-prima. Visita a França, Itália e a Grécia.

A mãe do biografado falece em 1963.

Em 1964, seu filho Luis Fernando casa-se com Lúcia Helena Massa, no Rio de Janeiro, cidade para a qual ele se mudara em 1962. Dessa união nasceriam Fernanda, Mariana e Pedro. Insurge-se contra o golpe militar e dirige manifesto a seus leitores em defesa das instituições democráticas. Recebe o título de “Cidadão de Porto Alegre”, conferido pela Câmara de Vereadores daquela cidade.

Ganha o Prêmio Jabuti – Categoria “Romance”, da Câmara Brasileira de Livros, em 1965, com o livro “O senhor embaixador”. Volta aos Estados Unidos.

A convite do governo de Israel, visita aquele país em 1966. Vai aos Estados Unidos, mais uma vez, visitar seus familiares. Escreve “O prisioneiro”, que seria lançado em 1967. A Editora José Aguilar, do Rio de Janeiro, publica, em cinco volumes, o conjunto de sua ficção completa. Desse conjunto faz parte uma pequena autobiografia do autor, sob o título “O escritor diante do espelho”.

”O tempo e o vento”, sob a direção de Dionísio Azevedo, com adaptação de Teixeira Filho, estréia na TV Excelsior, em 1967. No elenco, Carlos Zara, Geórgia Gomide e Walter Avancini.

É agraciado com o prêmio “Intelectual do ano” (Troféu Juca Pato”), em 1968, em concurso promovido pela “Folha de São Paulo” e pela “União Brasileira de Escritores”.

No ano seguinte, a casa onde Erico nascera, em Cruz Alta, é transformada em Museu Casa de Erico Verissimo. Lança “Israel em abril”.

Em 1971, é editado o livro “Incidente em Antares”.

Em 1972, comemorando os 40 anos de lançamento de seu primeiro livro, relança “Fantoches”, onde o autor acrescentou notas e desenhos de sua autoria.

Amplia sua autobiografia, publicada em 1966, fazendo surgir suas memórias — sob o título de “Solo de clarineta” — cujo primeiro volume é publicado em 1973.

O escritor falece subitamente no dia 28 de novembro de 1975, deixando inacabada a segunda parte do segundo volume de suas memórias, além de esboços de um romance que se chamaria “A hora do sétimo anjo”.

Carlos Drummond de Andrade faz homenagem ao amigo fazendo publicar o seguinte poema:





A falta de Erico Verissimo


Falta alguma coisa no Brasil
depois da noite de sexta-feira.
Falta aquele homem no escritório
a tirar da máquina elétrica
o destino dos seres,
a explicação antiga da terra.

Falta uma tristeza de menino bom
caminhando entre adultos
na esperança da justiça
que tarda - como tarda!
a clarear o mundo.

Falta um boné, aquele jeito manso,
aquela ternura contida, óleo
a derramar-se lentamente.
Falta o casal passeando no trigal.



Falta um solo de clarineta.
Postumamente, é lançado, em 1976, “Solo de clarineta – Memória 2”, organizada por Flávio Loureiro Chaves.

”Olhai os lírios do campo”, com adaptação de Geraldo Vietri e Wilson Aguiar Filho, é a novela apresentada pela TV Globo, em 1980, sob a direção de Herval Rossano. No elenco, Cláudio Marzo e Nívea Maria.

A esposa do autor, Mafalda, e a professora Maria da Glória Bordini, da PUC-RS, iniciam a organização dos documentos por ele deixados, em 1982.

É instalado, no programa de Pós-Graduação em Letras da PUC-RS — como projeto de pesquisa do CNpQ, o Acervo Literário de Erico Verissimo, em 1984. A coordenação fica a cargo da professora Maria da Glória Bordini.

No ano seguinte, a Rede Globo leva ao ar a série “O tempo e o vento”, adaptação de Doc Comparato e Regina Braga, direção de Paulo José, com Glória Pires, Armando Bogus, Tarcísio Meira e Lima Duarte, entre outros.

Em 1986, o Museu de Cruz Alta torna-se Fundação Erico Verissimo.

O índice de toda a obra de Erico é informatizado através do Projeto Integrado CNpQ – Fontes da Literatura Brasileira, que o disponibiliza para consulta, em 1991.

Em 1994, seu filho Luis Fernando assume a presidência da Associação Cultural Acervo Literário de Erico Verissimo, entidade encarregada de cuidar de toda a documentação literária do escritor. “Incidente em Antares”, adaptado por Charles Peixoto e Nelson Nadotti, com direção de Paulo José e constando de seu elenco Fernanda Montenegro,e Paulo Betti, é apresentada pela Rede Globo.

A UFRS homenageia o autor, pela passagem dos 90 anos de seu nascimento, com uma mostra documental no salão de sua Reitoria. A PUC-RS realiza seminário internacional, coordenado por seu Programa de Pós-Graduação em Letras, em 1995.

Organizada por Maria da Glória Bordini, publica-se, em 1997, “A liberdade de escrever”, coletânea de entrevistas do autor sobre política e literatura.

Em 2002, a Globo inicia a edição definitiva da obra completa do autor. É inaugurado o Centro Cultural Erico Verissimo, destinado à preservação do Acervo Literário e da memória literária do Rio Grande do Sul.

Morre Mafalda Verissimo, viúva do escritor, em 2003.


Fonte: releituras.com




Um dia, caiu um raio na casa do velho Galvão, matando-o e ferindo-lhe a filha. A mãe disse: «Deus castigou. Eles eram muito malvados». Além do castigo da professora, do castigo dos pais da gente, havia então um castigo maior, muito maior - o castigo de Deus?

trecho do livro "olhai os lírios do campo"





Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente. 




O oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença.




A gente foge da solidão quando tem medo dos próprios pensamentos.




Precisamos dar um sentido humano às nossas construções. E, quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu.




Ninguém é o que parece, nem Deus.




"Ninguém deve culpar-se pelo que sente, não somos responsáveis pelo que nosso corpo deseja, mas sim, pelo que fizemos com ele."




A amizade é um amor que nunca morre. 
A amizade é uma virtude que muitos sabem que existe,
alguns descobrem, mas poucos reconhecem. 
A amizade quando é sincera o esquecimento é impossível 
A confiança, tal como a arte, não deriva de termos resposta para tudo, mas,
de estarmos abertos a todas as perguntas. 
A dor alimenta a coragem. Você não pode ser corajoso se só aconteceram
coisas maravilhosas com você. 
A esperança é um empréstimo pedido à felicidade. 
A felicidade não é um prêmio, e sim uma conseqüência,
a solidão não é um castigo, e sim um resultado. 
A felicidade não está no fim da jornada, e sim em cada curva do caminho que
percorremos para encontrá-la. 
A gente tropeça sempre nas pedras pequenas, porque as grandes a gente logo enxerga. 
A glória da amizade não é a mão estendida, nem o sorriso carinhoso, nem mesmo a delicia da companhia. É a inspiração espiritual que vem quando você descobre que alguém acredita e confia em você. 
A infelicidade tem isto de bom: faz-nos conhecer os verdadeiros amigos. 
A inteligência é o farol que nos guia, mas é a vontade que nos faz caminhar. 
A maior fraqueza de uma pessoa é trocar aquilo que ela mais deseja na vida, por aquilo que ele deseja no momento. 
A persistência é o caminho do êxito. 
A pior solidão é aquela que se sente na companhia de outros. 
A SOLIDÃO É UMA GOTA NO OCEANO QUE SÓ OLHA PARA SI MESMA... UMA GOTA QUE NÃO SABE QUE É OCEANO... 
Amigos são a outra parte do oceano que a gota procura... 
A tua única obrigação durante toda a tua existência
é seres verdadeiro para contigo próprio.
A verdadeira amizade deixa marcas positivas que o tempo jamais poderá apagar. 
A verdadeira amizade é aquela que não pede nada em troca, a não ser a própria amiga. 
A verdadeira generosidade é fazer alguma coisa de bom por alguém
que nunca vai descobrir. 
A verdadeira liberdade é poder tudo sobre si.
Algumas pessoas acham-se cultas porque comparam sua ignorância com as dos outros. 
Amigo de verdade é aquele que transforma um pequeno momento em um grande instante. 
Amigo é a luz que não deixa a vida escurecer. 
Amigo é aquele que conhece todos os seus segredos e mesmo assim gosta de você! 
Amigo é aquele que nos faz sentir melhor e sobre tudo nos faz sentir amados... 
Amigo é aquele que, a cada vez, nos faz entrever
a meta e que percorre conosco um trecho do caminho
Amigos são como flores cada um tem o seu encanto por isso cultive-os. 
Amizade é como música: duas cordas afinadas no mesmo tom, vibram juntas... 
Amizade, palavra que designa vários sentimentos, que não pode ser trocada por meras coisas materiais... Deve ser guardada e conservada no coração!!! 
As pessoas entram em nossas vidas por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem. 
Celebrar a vida é somar amigos, experiências e conquistas,
dando-lhes sempre algum significado. 
Diante de um obstáculo não cruzes os braços, pois o maior
homem do mundo morreu de braços abertos. 
Elogie os amigos em público, critique em particular. 
Errar é humano, perdoar é divino. 
Evitar a felicidade com medo que ela acabe; é o melhor meio de ser infeliz. 
Faça amizade com a bondade das pessoas, nunca com seus bens! 
Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente.







Todos nós somos um mistério para os outros... E para nós mesmos.




Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento.




O objetivo do consumidor não é possuir coisas, mas consumir cada vez mais e mais a fim de que com isso compensar o seu vácuo interior, a sua passividade, a sua solidão, o seu tédio e a sua ansiedade.




Na minha opinião existem dois tipos de viajantes: os que viajam para fugir e os que viajam para buscar."




Para fugir ou para buscar. Os fugitivos cedo ou tarde descobrem que seus problemas são de natureza geográfica




O amor está mais perto do ódio do que a gente geralmente supõe. São o verso e o reverso da mesma moeda de paixão. O oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença...




O tempo faz a gente esquecer. Há pessoas que esquecem depressa. Outras apenas fingem que não se lembram mais"




Como o tempo custa a passar quando a gente espera! Principalmente quando venta. 
Parece que o vento maneia o tempo.





Antes de Mussolini e Stalin já existiam as estrelas. 
E mesmo depois que eles tiverem passado,
Elas continuarão a brilhar.





"Se naquele instante - refletiu Eugênio - caísse na Terra um habitante de Marte, havia de ficar embasbacado ao verificar que num dia tão maravilhosamente belo e macio, de sol tão dourado, os homens em sua maioria estavam metidos em escritórios, oficinas, fábricas... E se perguntasse a qualquer um deles: 'Homem, por que trabalhas com tanta fúria durante todas as horas de sol?' - ouviria esta resposta singular: 'Para ganhar a vida'. E no entanto a vida ali estava a se oferecer toda, numa gratuidade milagrosa. Os homens viviam tão ofuscados por desejos ambiciosos que nem sequer davam por ela. Nem com todas as conquistas da inteligência tinham descoberto um meio de trabalhar menos e viver mais. Agitavam-se na Terra e não se conheciam uns aos outros, não se amavam como deviam. A competição os transformava em inimigos. E havia muitos séculos, tinham crucificado um profeta que se esforçava por lhes mostrar que eles eram irmãos, apenas e sempre irmãos."






... descobri outro dia que o Quintana, na verdade, é um anjo disfarçado de homem. 
Às vezes, quando ele se descuida ao vestir o casaco, suas asas ficam de fora. 
(Ah! Como anjo seu nome não é Mario e sim Malaquias)...







A vida vale a pena ser vivida apesar de todas suas dificuldades, tristezas e momentos de dor e angustia.
O mais importante que existe sobre a face da terra é a pessoa humana. E surpreender o homem no ato de viver é uma das coisas mais fantásticas que existe.