quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

NERUDA

                                         
Neftali Ricardo Reyes, mais conhecido pelo pseudônimo de Pablo Neruda, nasceu em Parral, a 12 de julho de 1904, e morreu em Santiago, a 23 de setembro de 1973. Filho de um ferroviário, estudou francês durante dois anos no Instituto Pedagógico da Universidade do Chile, participando ativamente da vida política estudantil.

Nomeado cônsul-geral do Chile em Rangún, na Birmânia, em 1927, Neruda continuaria sua carreira diplomática em Djacarta, Madrid (durante o período da Guerra Civil Espanhola) e México, onde foi embaixador de 1940 a 1942. Eleito senador em 1945, permaneceu exilado em Paris de 1948 a 1952. Em 1971, foi mais uma vez nomeado embaixador do Chile, agora em Paris, e recebeu o Prêmio Nobel de literatura.
 

Lirismo e política

Um dos maiores poetas chilenos e da literatura contemporânea, a obra de Neruda tem fases distintas. Ele pode ser o poeta lírico e angustiado de Vinte poemas de amor e uma canção desesperada (1924) ou pode elaborar versos de cunho político e, em alguns momentos, com características épicas, como emCanto geral (1950).

No livro Vinte poemas de amor e uma canção desesperada, Neruda canta o amor, a ausência da mulher amada, e cultua uma tristeza que chega ao desespero. Os versos são, muitas vezes, herméticos, e as comparações extravagantes guardam poucos pontos de contato com a realidade.

Em Tentativa do homem infinito, de 1925, uma densa atmosfera de angústia dá vida ao caos verbal: a sintaxe e a ortografia são absolutamente livres - e as imagens, em certos trechos, incompreensíveis. Mais tarde, na obra Residência na terra, a angústia assume proporções trágicas, e Neruda fala sobre a morte, a ruína, a desintegração do mundo.

A visão dos horrores da Guerra Civil Espanhola fará com que a preocupação social, acompanhada do engajamento político-partidário, influencie sua poesia. Assim, no livro Espanha no coração o poeta colocará seu talento a serviço do comunismo, e sua missão será conseguir adeptos, denunciar, converter.
 

Canto em defesa da América Latina

Neruda será, portanto, cada vez menos lírico e cada vez mais épico. Os versos se transformam, perdem todo o hermetismo e tornam-se simples, pois o poeta deseja ser lido pelos operários. O ponto culminante dessa nova poética pode ser encontrado em Canto geral.

Tendo abandonado a carreira diplomática, o poeta candidata-se ao Senado chileno pelo Partido Comunista, que faz parte de uma ampla coalizão para apoiar José Antonio Ríos Morales à presidência. Neruda é eleito senador em 1945. Mas, em 1946, Ríos Morales, que havia sido eleito presidente, vem a falecer. Gabriel González Videla passa a ocupar a presidência e instaura a censura na imprensa, dando início a uma onda de repressão contra sindicatos e trabalhadores.

Neruda não se cala. Publica, no jornal El Nacional, em Caracas (Venezuela), sua "Carta íntima para milhões de homens", denunciando as traições e os crimes de Videla. E, logo depois, no Senado, profere o famoso discurso "Eu acuso", no qual ataca a política e a pessoa do presidente. Em resposta, o governo requer à Corte Suprema a cassação do mandato de Neruda e sua prisão. Os magistrados acatam o pedido. Neruda passa, então, à clandestinidade, viajando, como fugitivo, por diversos pontos do país. Mas, enquanto foge com a ajuda de centenas de famílias pobres, escondendo-se e conseguindo sobreviver, escreve Canto Geral.

As constantes mudanças de endereço duram cerca de um ano, enquanto Videla rompe com os comunistas, expurga seus representantes do Congresso e proscreve o partido. Por fim, com o auxílio de agricultores e arrieiros, Neruda escapa pela zona austral da Cordilheira dos Andes, rumo à Argentina e, de lá, para a França.

Canto Geral é, portanto, a resposta poética de Neruda à traição de Videla e às injustiças históricas da América Latina, obra na qual ele transforma seu verso em arma de combate, denunciando os crimes do imperialismo americano e fazendo uma revisão histórica dos séculos de dominação estrangeira e, também, das lutas de resistência.
 

Apoio a Salvador Allende

Neruda regressaria ao Chile em 1952. Volta a participar da vida política, apoiando Salvador Allende em suas inúmeras campanhas à presidência da República. Em 1970, renuncia à sua candidatura à presidência para favorecer Allende, que vence as eleições em 4 de setembro. No ano seguinte, em março, é nomeado embaixador do Chile na França. Em outubro, a Academia Sueca o escolhe para o Prêmio Nobel de literatura.

A partir de 1971, no entanto, a saúde de Neruda se deteriora. Obrigado a sofrer várias cirurgias, falece a 23 de setembro de 1973, poucos dias depois do golpe militar que derrubou o governo de Salvador Allende.

A obra completa de Pablo Neruda reúne mais de 40 livros, escritos entre 1923 e 1973. Mais informações podem ser encontradas no site da Fundação Pablo Neruda.


"Um homem só encontra a mulher ideal quando olhar no seu rosto e ver um anjo e, tendo-a nos braços, ter as tentações que só os demônios provocam..." 



                                       
                                   MORRE LENTAMENTE 




.Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um feito muito maior que o simples fato de respirar. Somente a ardente paciência fará com que conquistemos uma esplêndida felicidade.


Obs. Poema de Matha Medeiros atribuído poe engano a Pablo Neruda


http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/noticia/2009/01/martha-medeiros-e-autora-de-poema-atribuido-a-neruda-2366566.html




Nega-me o pão, o ar,a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria. 




Saudade

Saudade é solidão acompanhada, 
é quando o amor ainda não foi embora, 
mas o amado já... 

Saudade é amar um passado que ainda não passou, 
é recusar um presente que nos machuca, 
é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais... 

Saudade é o inferno dos que perderam, 
é a dor dos que ficaram para trás, 
é o gosto de morte na boca dos que continuam... 

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade: 
aquela que nunca amou. 

E esse é o maior dos sofrimentos: 
não ter por quem sentir saudades, 
passar pela vida e não viver. 

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido. 


...Saudade é amar um passado que ainda não passou,
É recusar um presente que nos machuca, 
É não ver o futuro que nos convida... 




Quero apenas cinco coisas.. 

Primeiro é o amor sem fim 

A segunda é ver o outono 

A terceira é o grave inverno 

Em quarto lugar o verão 

A quinta coisa são teus olhos 

Não quero dormir sem teus olhos. 

Não quero ser... sem que me olhes. 
Abro mão da primavera para que continues me olhando. 




É Proibido

É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,

Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos

Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,

Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,

Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,

Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se
desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,

Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,

Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,

Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.



E desde então, sou porque tu és
E desde então és
sou e somos...
E por amor
Serei... Serás...Seremos... 
 



Posso escrever os versos mais tristes esta noite. 
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada, 
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe". 
O vento da noite gira no céu e canta. 

Posso escrever os versos mais tristes esta noite. 
Eu amei-a e por vezes ela também me amou. 
Em noites como esta tive-a em meus braços. 
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito. 

Ela amou-me, por vezes eu também a amava. 
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos. 
Posso escrever os versos mais tristes esta noite. 
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi. 

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela. 
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho. 
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la. 
A noite está estrelada e ela não está comigo. 

Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe. 
A minha alma não se contenta com havê-la perdido. 
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a. 
O meu coração procura-a, ela não está comigo. 

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores. 
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos. 
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei. 
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido. 

De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos. 
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos. 
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda. 
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento. 

Porque em noites como esta tive-a em meus braços, 
a minha alma não se contenta por havê-la perdido. 
Embora seja a última dor que ela me causa, 
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo. 




Os teus pés

Quando não te posso contemplar 
Contemplo os teus pés. 

Teus pés de osso arqueado, 
Teus pequenos pés duros, 

Eu sei que te sustentam 
E que teu doce peso 
Sobre eles se ergue. 

Tua cintura e teus seios, 
A duplicada purpura 
Dos teus mamilos, 
A caixa dos teus olhos 
Que há pouco levantaram voo, 
A larga boca de fruta, 
Tua rubra cabeleira, 
Pequena torre minha. 


Mas se amo os teus pés 
É só porque andaram 
Sobre a terra e sobre 
O vento e sobre a água, 
Até me encontrarem. 




Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.





Tu eras também uma pequena folha

que tremia no meu peito.

O vento da vida pôs-te ali.

A princípio não te vi: não soube

que ias comigo,

até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo. 





Andando por aí

Acontece que me canso de meus pés e de minhas unhas,
do meu cabelo e até da minha sombra.
Acontece que me canso de ser homem. 

Todavia, seria delicioso
assustar um notário com um lírio cortado
ou matar uma freira com um soco na orelha.
Seria belo
ir pelas ruas com uma faca verde
e aos gritos até morrer de frio. 

Passeio calmamente, com olhos, com sapatos,
com fúria e esquecimento,
passo, atravesso escritórios e lojas ortopédicas,
e pátios onde há roupa pendurada num arame:
cuecas, toalhas e camisas que choram
lentas lágrimas sórdidas. 








Angela Adonica

Hoje deitei-me junto a uma jovem pura
como se na margem de um oceano branco,
como se no centro de uma ardente estrela
de lento espaço. 

Do seu olhar largamente verde
a luz caía como uma água seca,
em transparentes e profundos círculos
de fresca força. 

Seu peito como um fogo de duas chamas
ardía em duas regiões levantado,
e num duplo rio chegava a seus pés,
grandes e claros. 

Um clima de ouro madrugava apenas
as diurnas longitudes do seu corpo
enchendo-o de frutas extendidas
e oculto fogo. 








A verdade é que não há verdade. 







Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
nascem e morrem tanta vez enquanto vivem,
são eternos como é a natureza. 







A poesia tem comunicação secreta com o sofrimento do homem. 




A pessoa certa é a que está ao seu lado nos momentos incertos. 






Saudade é solidão acompanhada, 
é quando o amor ainda não foi embora, 
mas o amado já... 




Se sou amado,
quanto mais amado
mais correspondo ao amor.

Se sou esquecido,
devo esquecer também,
Pois amor é feito espelho:
-tem que ter reflexo. 





Dois...
Apenas dois.
Dois seres...
Dois objetos patéticos.
Cursos paralelos
Frente a frente...
...Sempre...
...A se olharem...
Pensar talvez:
“Paralelos que se encontram no infinito...”
No entanto sós por enquanto.
Eternamente dois apenas. 








"...........
Viva hoje !
Arrisque hoje ! 
Faça hoje !
Não se deixe morrer lentamente !

NÃO SE ESQUEÇA DE SER FELIZ"
Feliz...Feliz... Arriscar à Fazer, para Viver Feliz !!!! 





"Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde, amo-te simplesmente sem problemas nem orgulho: amo-te assim porque não sei amar de outra maneira." 





"Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das conseqüências." 





Amar é breve, esquecer é demorado. 






Para que nada nos separe que nada nos una. 




Escrever é fácil. Você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca idéias 




O homem gostaria de ser peixe ou pássaro, a serpente gostaria de ter asas, o cão é um leão confuso...
Mas o gato quer ser somente gato,
e todo gato é um puro gato
desde o bigode ao rabo 





Dá-me amor, me sorri e me ajuda a ser bom.
Não te firas em mim, seria inútil;
Não me firas a mim, porque te feres. 





Em minha casa reuni brinquedos pequenos e grandes, sem os quais não poderia viver. O menino que não brinca não é menino, mas o homem que não brinca perdeu para sempre o menino que vivia nele e que lhe fará muita falta. 




"Algum dia em qualquer parte, em qualquer lugar indefectivelmente te encontrarás a ti mesmo, e essa, só essa, pode ser a mais feliz ou a mais amarga de tuas horas." 




Se cada dia cai

"Se cada dia cai, dentro de cada noite,
há um poço
onde a claridade está presa.

há que sentar-se na beira
do poço da sombra
e pescar luz caída
com paciência." 







Ainda que esta seja a última dor que ela me causa, e estes sejam os últimos versos que eu lhe escrevo. 




Já não sou sem ti senão apenas teu sonho 






É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer 
Abandonar tudo por medo
Não transformar sonhos em realidade
Ter medo da vida e de seus compromissos
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro 







AMOR, quantos caminhos até chegar a um beijo, que solidão errante até tua companhia! 






“Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso…
Mas sê o melhor no que quer que sejas.” 







Foi nessa idade que a poesia me veio buscar
Não sei de onde veio
Do inverno, de um rio
Não sei como nem quando
Não, não eram vozes
Não eram palavras
Nem silêncio
Mas da rua fui convocado
Dos galhos da noite
Abruptamente entre outros
Entre fogos violentos
Voltando sozinho
Lá estava eu sem rosto
E fui tocado." 





























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