sexta-feira, 2 de março de 2012

VLADIMIR NABOKOV


Vladimir Nabokov nasceu em 1899, em São Petersburgo (Rússia), numa família da antiga aristocracia. Em 1919, a instabilidade produzida pela revolução bolchevique obriga a família a abandonar a nova União Soviética e ir para a Inglaterra.

Nabokov estuda em Cambridge até 1922, licenciando-se em literatura russa e francesa. Em seguida, muda-se para Berlim, onde dá aulas de tênis e inicia sua produção literária. "Lolita" é seu principal romance.

Em 1926, após publicar poemas e contos, lança seu primeiro romance, "Machenka". Depois de uma estadia em Paris, fugindo dos exércitos nazistas, chega em 1940 aos Estados Unidos, onde se dedica ao ensino de literatura russa em várias universidades além de trabalhar no departamento de entomologia (o estudo dos insetos) em Harvard.

A partir de 1958, o sucesso de seus livros lhe garante a dedicação a seus dois principais interesses: a literatura e os lepidópteros, cultivados nas montanhas da Suíça, até sua morte em 1977.

Entre muitos outros livros, escreveu os romances "Pnin, Fogo Pálido" e "Coisas Transparentes"; os contos reunidos em "Detalhes de um Pôr-do-Sol"; a tradução magistral, em quatro volumes, de "Eugene Onegin", de Pushkin; uma biografia de Nikolai Gogol e um volume de palestras sobre Dom Quixote; "Poemas e Problemas" e outros dois livros de poesia; e uma autobiografia, "A Pessoa em Questão".

Em 2001, foi publicada a coletânea "Nabokov's Butterflies", reunindo textos científicos e literários sobre as borboletas.



                                      


                                     LOLITA

... Após fabulosas e dementes investidas
Que me deixava exausto,
Eu a tomava nos braços com (enfim) um
Mundo gemido de ternura humana.

Eu me encontrava num estado de excitação
Que beirava a insanidade,
Mas possuía também a astúcia dos loucos.

Já deviam saber que eu a amava;
Um amor à primeira vista, à última vista,
 A cada uma e a todas as vistas .

Olhos adoravelmente assimétricos;
Um perfil angular que parecia
Ter sido esboçado às pressas,
Uma fascinante curva dorsal
Realçando-lhe as costas flexíveis.

Eu te amei...
Na palma da minha mão
Sentia os marfins de Lolita...








Lolita é um romance em língua inglesa, de autoria do escritor russo Vladimir Nabokov, publicado pela primeira vez em 1955.
O romance é narrado em primeira pessoa pelo protagonista, o professor de poesia francesa Humbert Humbert, que se apaixona por Dolores Haze, sua enteada de doze anos e a quem apelida de Lolita. O professor, que já conta com uma certa idade, desde o início se define como um pervertido e aponta como causa um romance traumático em sua juventude.


Mas em função do início chocante, sem dúvida o livro ficou famoso como um dos romances mais polêmicos já publicados, tanto que antes de chegar ao público, foi rejeitado por diversas editoras.
A obra conta com diversas qualidades literárias e uma estrutura curiosa, que pode ser interpretada como uma mistura de diversos estilos cinematográficos: do início psico-erótico típico de um filme europeu, a história passa para um drama de periferia quando o professor vai morar em New Hampshire. Depois a ação lembra um road movie, com uma longa viagem de carro; passa para um romance de mistério, com o enigma de um perseguidor oculto; e no final se torna um drama policial, ao estilo de um filme noir.







Um pensamento, quando é escrito, é menos opressor, embora às vezes se comporte como um tumor maligno: mesmo se extirpado ou arrancado, volta a desenvolver-se, tornando-se pior do que antes.




Parece-me que na escala das medidas universais há um ponto em que a imaginação e o conhecimento se cruzam, um ponto em que se atinge a diminuição das coisas grandes e o aumento das coisas pequenas: é o ponto da arte.





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